“Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Pões quanto és no mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive...” (Ricardo Reis – heterônimo de Fernando Pessoa).
Resumo:
Este trabalho discorre
sobre a Educação Somática e sua aplicação como atividade pré-expressiva no
campo de estudos e pesquisas que envolvem Teatro e Dança. O artigo enfoca e apresenta o surgimento do termo ‘Pensamento
Somático’ como uma consequência motivada (e que extrapola) os estímulos da consciência
do movimento no ator-bailarino, ajudando o indivíduo a fazer conexões de ideias
que o auxiliam na compreensão de qualquer acontecimento histórico-social
relacionado à manifestação artística enquanto linguagem cultural envolvendo
outros fatores que dialoguem para sua ocorrência, tais como: aspectos políticos,
econômicos, educacional, etc.
Palavras-Chave:
Educação Somática; Subjetividade; Pensamento Somático.
Imagine
que existam técnicas corporais para que alunos de dança e/ou teatro possam ao
mesmo tempo condicionar o corpo, aprimorar seu estado de presença cênica e
também aprender a movimentar conscientemente sua musculatura em prol de algo
além do movimento coreografado, ajudando o artista a conectar-se com seu estado
de plena ‘expressividade’ interior através da CONSCIÊNCIA CORPORAL. Essa é a
proposta da Educação Somática aplicada à Dança.
O
termo veio à tona em 1983 num artigo escrito por Thomas Hanna, publicado na
revista cientifica Somatics. Neste
artigo seu autor afirmava que Educação Somática é “a arte e a ciência de um
processo relacional interno entre a consciência, o biológico e o meio-ambiente.
Estes fatores vistos como um todo agindo em sinergia.” (HANNA, 1983, p.7).
Entretanto:
[...] historicamente, os métodos de Educação Somática começam a
ser estruturados na Europa e em seguida na América do Norte, um pouco antes da
Primeira Guerra Mundial. Seus criadores são, em sua maior parte, cientistas e
artistas. Os métodos são criados por ocidentais para ocidentais. Uma primeira
diferença: embora o campo da Educação Somática postule que o homem é um ser
total – corpo, mente e espírito – e que o corpo é indissociável da consciência,
nenhum dos métodos é ligado a um sistema religioso em particular como o
hinduismo, a vedanta ou o taoismo. Uma das especificidades da Educação Somática
é que nenhum de seus métodos pede do aluno a maestria da forma. A tônica das
aulas de Educação Somática é uma exploração dos movimentos propostos e não o
aperfeiçoamento de posturas ou coreografias fixas. (BOLSANELLO1, 2008,
pp. 2-3)
Como
um campo de estudos teórico-prático que se interessa pela consciência do corpo
através da reeducação do individuo enquanto observador de si mesmo, a Educação
Somática vale-se de diferentes técnicas tais como: Pilates, técnica de
Alexander, Feldenkrais, Ginástica Holistica, Antiginástica, Yoga, etc, sendo
que cada uma possui seus próprios princípios e estratégias pedagógicas
objetivando a reeducação do movimento, promovendo a subjetividade, a
inteligência do gesto e a singularidade do corpo em sua individualidade.
Em
outras palavras: a Educação Somática abre caminho para que o artista da cena
consiga desconstruir um corpo antes adestrado, preso e moldado por formas de
danças coreografadas e/ou formas condicionadas exteriores à sua real
expressividade enquanto individuo, para que ele – explorando sua potencialidade
interior através do movimento corpóreo – possa delinear sua própria escrita cênica
através do gesto livre, fluente através da respiração orientada pela
consciência plena de seu corpo, gerando uma subjetividade escrita para a cena.
Pode parecer meio confuso para quem não faz dança ou não vai ao palco como
ator.
Entretanto,
por muitos séculos a arte dramática e a dança, principalmente, foram engessadas por movimentos, truques e posturas
antinaturais e rígidas, tornando-os artificiais ou sem verdade cênica. Algo bonito,
porém sem alma; isto porque seus interpretes executavam com virtuosismo, com maestria
e exatidão o movimento apenas de fora para dentro, desligados do que o gesto executado
significava para eles fora do contexto da peça ou coreografia; e por isso mesmo
um movimento desconectado da subjetividade de seu interprete.
Essa
subjetividade é solicitada quando o professor de Educação Somática pede aos
alunos para executarem exercícios que demandam além do esforço físico e da
consciência do movimento, a imaginação do individuo para poder executá-los, e
com isso a tecnologia interna (conexões neurais e musculatura parassimpática) é
acionada abrindo espaço para que novas formas de conhecimentos cognitivos venham
à tona possibilitando a desconstrução da ‘couraça’ que nos impede de usar novas
percepções de nós mesmos e de mundo. Sim! Porque a Educação Somática não se
restringe apenas ao corpo físico, ela abraça tudo que está no individuo desde o
conhecimento cognitivo, motor, sensorial, afetivo e espiritual e com isso
dilata a compreensão do que está fora do individuo aparentemente, pois tudo
está conectado: o meio interno e externo.
Ampliar
a noção de corpo. Descobrir que é possível se resgatar a autenticidade
somática, tantas vezes deformada por valores socioculturais. O professor de Educação
Somática propõe ao aluno movimentos estruturantes visando direção e alinhamento
da estrutura óssea; posturas visando um alongamento fino, solicitando os
músculos “internos”, tendões e fáscias; movimentos que utilizam a imaginação e
transformam a imagem corporal; exercícios lúdicos com a função de regular o
sistema nervoso; sequências de movimentos inusitados visando a desconstrução de
padrões motores fixos. Reaprender significa desafiar velhos padrões cognitivos
para que o cérebro faça novas conexões neurônicas. Mas, como é possível
abandonar nossas couraças de defesa se vivemos em um contexto de violência,
pressionados pela competição profissional, duros de medo, impotentes diante da
injustiça social e violados pela poluição? O que fazer quando as mudanças que
vivemos nas aulas de Educação Somática entram em conflito com o estilo de vida
que temos? Feldenkrais costumava dizer que quando só conhecemos uma maneira de
fazer algo, estamos presos a um padrão.
Mas, se conhecemos duas maneiras de fazer algo, temos escolha. E se conhecemos três maneiras de fazer algo? Temos liberdade. (BOLSANELLO, 2008, p. 2).
Na historia do desenvolvimento das técnicas
utilizadas na Educação Somática, o caráter desafiador da medicina tradicional
foi o carro-chefe dos ditos ‘reformadores do movimento’, como endossa Márcia
Strazzacappa2; como no caso
das técnicas desenvolvidas pelo alemão Joseph Pilates (1880 – 1967); um homem que tinha a saúde fraca, com problemas
ósseos seríssimos, fator que o forçava permanecer numa cama maior parte do dia.
Em sua infância ele foi assolado pela asma, raquitismo e febre
reumática. Durante a I Guerra Mundial,
Pilates foi preso na Inglaterra, como cidadão alemão foi considerado inimigo
daquela Nação. E na sua cela, ele começou a explorar e criar movimentos
adaptados para não sucumbir às suas enfermidades.
Pilates inicia sua trajetória de autoconhecimento
através de seus movimentos corpóreos: descobriu novas formas de se exercitar e
também estimular e recuperar músculos atrofiados promovendo uma reabilitação e
reequilíbrio a ponto de levantar-se da cama e resgatar plenamente sua saúde. E
atualmente o mundo conhece as técnicas de Pilates, cuja finalidade não é
exatamente para fins estéticos, e sim para reabilitação e correção postural do
individuo.
Os reformadores do movimento não tinham como
objetivo o desenvolvimento de técnicas terapêuticas, nem queriam questionar as
práticas médicas de sua época. O objetivo deles era encontrar soluções para
seus respectivos problemas. No entanto, ao iniciarem suas pesquisas e definirem
seus métodos, as aplicações terapêuticas e as críticas às práticas já
existentes acabaram sendo uma consequência quase inevitável. (STRAZZACAPPA,
1998, p. 50).
Outro exemplo de técnicas terapêuticas utilizadas em
Educação Somática que emergiram por motivos pessoais de superação de problemas
de saúde não contemplados pela medicina tradicional, são as técnicas
desenvolvidas por Moshe Feldenkrais (este teve um problema grave no joelho),
por Mathias Alexander (um ator que perdeu a voz), dentre outros exemplos de
indivíduos insatisfeitos com o diagnóstico fatalista da medicina corrente de
sua época.
Além da questão da saúde (esta porém, não
necessariamente regra), outro fator observado no desenvolvimento das técnicas
hoje utilizadas em Educação Somática, é a questão de o conhecimento partir
empiricamente após experiências concretas e corporais dos reformadores do
movimento, onde o fator sensorial é
amplamente levado em consideração para a formulação do conhecimento; esta
consequência soma-se à tríade que corresponde os pontos em comum para o
surgimento das técnicas: o pensamento fundador da unificação corpo/espírito na
soma das partes componentes do ser humano.
Desse modo observam-se os pontos em comum, que
naturalmente concorreram para o surgimento das abordagens em Educação Somática:
a) a maioria das técnicas em Educação Somática surgiu da vontade de
solucionar um problema de saúde não contemplado pela medicina tradicional;
b) a pesquisa
empírica, que tomou a concepção do ‘corpo enquanto experiência’, (conceito
central da pedagogia aplicada em Educação Somática, termo proposto
pela Fenomenologia – corrente filosófica
desenvolvida por Merleau-Ponty, cuja compreensão do conhecimento também é
apoiada sobre a referência epistemológica do construtivismo da educação), onde através da prática e/ou do
experimento segue-se a teorização do que foi visto;
c) o pensamento holístico de que a unidade corpo/espírito deve igualmente
ser tratada conjuntamente e não um apartado do outro. ‘Corpo’ e ‘Espirito’
compõem o ser humano, estão juntos neste grande veículo de estímulos, porém,
devem ser abordados de forma diferenciadas, posto que têm particularidades
distintas.
Posso
dizer que as consequências de minhas aulas de Educação Somática na Dança
ramificaram-se para outros pontos de percepção, além da consciência do
movimento. Isso se deve ao caráter holístico das atividades teórico-práticas. Em
sala, após lermos e discutirmos alguns textos de Débora Bolsanello, ficou evidente esse olhar dilatado para dentro e fora
de mim, coisa que eu chamo de pensamento somático. E por tratar-se dessa
compreensão interligada onde as partes e o todo são igualmente apreendidos, já
percebo com outra compreensão coisas fora do campo da dança ou restrito à
consciência do movimento, que a priori, estariam relacionados à finalidade dos
exercícios em Educação Somática na Dança.
Por exemplo, consigo analisar situações cotidianas,
ou fazer conexões mentais de outras manifestações artísticas (que não a dança
ou algo relacionado à prática física do corpo) mediante um pensamento somático,
porque através da consciência dos movimentos de meu corpo físico foi acionado outras
formas cognitivas de percepção. O que gera algum sentimento ou inquietação mais
sutis, é percebido por outras vias. Essa sensibilização para absorver esse
‘algo inteligível’ do cotidiano e leituras de outras manifestações artísticas,
dialoga com os objetivos holísticos que se destinam a Educação Somática.
A
particularidade da Educação Somática é a transmissão de instrumentos que
despertam no aluno o gosto pela auto-investigação através do movimento de seu
corpo. Na medida em que a consciência de uma pessoa se expande – usando o corpo
como veículo dessa expansão – mais ela estará apta a fazer sentido de suas
próprias emoções. Uma pessoa desenvolve sua capacidade de sentir estará mais apta
a fazer escolhas que contribuam à realização de suas potencialidades. (BOLSANELLO, 2008, p.3).
Recordemos o conceito de Holismo. O termo tem origem
na palavra grega ‘Holos’, que
significa ‘todo, inteiro’, para a
expressão de corpo enquanto experiência
abarca uma visão não-fragmentada do real experimentado pelos canais perceptivos
humanos. Desse modo as sensações, sentimentos, intuições, criatividade e razão
são manifestadas, recebidas e consideradas em conjunto, onde cada fator age no
outro interagindo reciprocamente, permitindo ao ser humano plena harmonia das informações
absorvidas do meio em que vive, acarretando mais consciência no ato de tomar
decisões mais plenas, mais amorosas e mais sábias acerca de soluções adotadas para cada tipo de
situação. É uma visão de ‘corpo’ onde as partes de um sistema de ideias
encontram-se no todo, cujos princípios e leis que regem esse todo encontram-se
nas partes, ou seja, tudo está conectado.
O
termo corpo redefine-se no momento em que a experiência humana e a
subjetividade são validadas como fonte do conhecimento, bem como a revisão da
separação, atribuída por Descartes (1596-1650), entre corpo e espírito. A
relação que compreende as questões comunicativas internas do homem com as
questões externas do mundo, do mundo com o homem e do homem com ele mesmo vem
provocando, até então, impactos sobre a constituição do ser humano como sujeito
de si próprio e na produção de subjetividade como processo cultural, social,
político e também estético. Paralela às concepções mecânica e dualista do
corpo, uma outra maneira de concebê-lo começa a emergir gradualmente desde o
Pós-Revolução Industrial. Filósofos como Merleau-Ponty colocaram em evidência a
subjetividade do ser humano em sua experiência corpórea. (SILVEIRA3. 2009, p. 2).
Em Educação Somática,
[...]essas
abordagens ditas ‘holísticas’ ou ‘alternativas’ podem ser consideradas uma
tecnologia interna porque são compostos de técnicas que usam recursos inerentes
ao organismo humano: a respiração, o movimento, o ritmo das funções vitais, os
meridianos, etc. Elas investem na capacidade de autoregulação, sistema que
garante o equilíbrio global da pessoa, primando pela prevenção da doença ou
pela recuperação. A intervenção medicamentosa ou cirúrgica só é necessária caso
o sistema de autoregulação não cumpra bem seu papel. Desenvolver sua tecnologia
interna equivale a dar suporte ao poder de auto-cura do organismo. (BOLSANELLO, 2008, p. 2).
Ressalto que através de estímulos corporais onde o
aprendizado pela vivencia acontece através do corpo enquanto experiência, despertou em mim o pensamento
somático que rege essa compreensão
exterior das coisas, da qual me refiro. Chequemos novamente os pontos principais
de convergência para o surgimento de novas técnicas corporais que hoje povoam a
Educação Somática, enfatizando somente a AÇÃO impulsionadora para o surgimento
das técnicas hoje empregadas: VONTADE; EXPERIMENTO/EMPIRISMO; e sua
consequência direta: CONSCIÊNCIA DO TODO INTERLIGADO NA SOMA DAS PARTES.
Agora tomemos como exemplo a Semana de Arte Moderna
de 1922, no Brasil. A vontade dos jovens artistas idealizadores daquele período,
era manifestar sua insatisfação com os rumos do aspecto cultural do País. As
obras apresentadas durante esta semana englobavam Poesia, Pintura, Música,
Escultura e Literatura. Estes jovens artistas concorriam para uma renovação das
linguagens, ousavam a experimentação das formas, exprimiam a liberdade criadora
em suas obras. Promoveram uma ruptura violenta com o passado empoeirado e
desbotado das velhas formas artísticas que já não faziam conexões com o presente
momento político e sociocultural no Brasil (e no mundo) de 1922, as obras dessa
Semana Moderna além de inteligentes, instigantes e detentoras de uma beleza
exótica, denotavam fortes criticas sociais.
Outro exemplo: no período histórico da Ditadura
Militar no Brasil, em meados de 1967, outra reviravolta nos rumos culturais do
País: uma clareira surge! O movimento Tropicália explode – tipo um coletivão de
cantores, músicos, artistas, poetas e compositores solo emergindo os grupos
musicais experimentais como os ‘Novos Baianos’ e ‘Os Mutantes’; um saladaço
musical de ideias efervescendo; o Tropicalismo influenciado e influenciando
também a linguagem cinematográfica (Cinema Novo), a linguagem teatral (exemplo
das peças anárquicas e ousadas de José Celso Martinez), dentre demais
manifestações artísticas de vanguarda que captaram essa reverberação. O
Tropicalismo também teve sua raiz irmanada na Semana da Arte Moderna de 22, com
a releitura do sentido de antropofagia cultural, Concretismo e da Pop Art.
Além desses exemplos nas Artes, há inúmeros outros
em todas as áreas do conhecimento (Filosofia, Antropologia, Sociologia, etc),
onde alguém ou um grupo de estudiosos ou apenas pessoas insatisfeitas,
contestaram o comportamento vigente de sua época acerca de determinado assunto;
partiram para a experimentação, para a teorização à posteriori em alguns casos,
e dessas ações surgem outras concepções de realidades – que a principio estavam
segregadas apenas a uns poucos que tinham essa visão emancipada e ao mesmo
tempo, conjunta das coisas; alguns os chamam de visionários.
Percebe-se que nesse movimentar de ações e ideias há
interferências externas que motivam uma inquietação interna no individuo (soma
das partes no todo), partindo do pressuposto de que essa inquietação gera uma
ação experimental a ponto de se criar outro algo-fora motivado por um algo-dentro
através da curiosidade/busca/vontade desse individuo transformador e em
transformação. A insatisfação com o ‘ordinário’ impulsionou esses sujeitos abrirem
novas janelas e portas ao ‘extraordinário’ para que mais pessoas pudessem
também VER e SENTIR e EXPERIMENTAR outras realidades possíveis... eu considero
esse raciocínio e leitura de fatos históricos, comportamentais e/ou artísticos aparentemente
‘disfuncionais’, um raciocínio analítico proveniente de um ‘pensamento somático’
e Holístico.
Arrisco dizer que desse raciocínio analítico,
proveniente de um pensamento somático e Holístico, há medida que mais e mais
pessoas iniciarem sua jornada de autoconhecimento conforme o conceito de corpo enquanto experiência – usufruindo
dos exercícios de Educação Somática, abrir-se-á espaço para o aparecimento de
uma CULTURA SOMÁTICA, onde todos se reconhecerão partes plenas constituintes de
um Todo: seres mais conscientes, mais equilibrados e sadios, pois a cura
verdadeira sempre parte de dentro para fora.
a conclusão para o fechamento de meu
raciocínio acerca do pensamento somático veio enquanto eu aprontava meu
jantar de hoje. Ao cortar cebola e alho para refogar, as frases abriam-se na
minha mente feito raios solares sorrindo por detrás das nuvens. Corri para o
computador para não deixar escapar. Daí, concluo que a partir do momento que eu
entendo que meu corpo (físico + espírito + sensações + sentimentos + intuições + criatividade + razão)
funciona interligado a esses fragmentos de mim, compreendo que o fora de mim
também é fragmento desse todo de mim. Daí, minha conscientização de que minhas
ações aparentemente isoladas, reverberam no meio exterior de mim. Eu sou o meio
ambiente onde vivo. Minhas ações e/ou omissões constituem minha realidade fora
de mim, isto é consequência de um ‘pensamento somático’.
Entretanto, esse artigo ainda é a pontinha do
iceberg acerca de minha ideia desse assunto, pois “o
conhecimento é construído a partir da experiência pessoal, e que estilos e
padrões precisos de ações individuais são desenvolvidos em um contexto social
compartilhado que envolve o discurso, a linguagem e a ação corporal”. (FORTIN,
2005, p. 11).
Hellen Katiuscia de Sá
Escrito em: 24, 25, 26 e 27 de dezembro de 2012.
REFERÊNCIAS:
BOLSANELLO, Débora, “Educação
Somática: investindo na tecnologia interna”. 2008. Disponível em: <www.movimentoes.com>. Acessado em: 24 dez. 2012.
BOLSANELLO, Débora. “Educação Somática: o corpo enquanto
experiência”. Motriz, Rio Claro,
v.11 n.2 p.99-106, mai./ago. 2005.
BOLSANELLO, Débora. “Corpo Livre e Corpo Possuído”. 2008. Disponível
em: <www.movimentoes.com>. Acessado em: 23 dez. 2012.
Conceito de
Fenomenologia,
disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Fenomenologia>. Acessado em: 26 dez. 2012.
FORTIN, Sylvie e LONG, Warwick. ”Percebendo diferenças no ensino e na aprendizagem
de Técnicas de dança contemporânea”. In Movimento. V.11, n.2, p.
9-29. Porto Alegre, 2005.
SILVEIRA, Saulo. “Dança-Teatro e
Pesquisa-ação Somática: os Bartenieff Fundamentals como fonte de
experimentação para o preparo corporal de artistas cênicos com deficiência
física”, PPGAC-UFBA. Disponível em:
< http://www.dan.ufv.br/evento/artigos/GT1_SauloSilveira.pdf >. Acessado em: 21 dez. 2012.
STRAZZACAPPA,
Márcia. Resumo do último capítulo da tese de Doutorado: “Fondements et enseignements des techniques corporelles des artistes de
la scène dans l’état de São Paulo, au XXème siècle”, Universidade de Paris,
França, 2000.
_____________________
1Débora
Bolsanello nasceu no Brasil e é cidadã canadense. Bacharel em
antropologia pela Université de Montréal, Mestre em dança pela Université du
Québec à Montréal. Sua dissertação aborda a aplicação de técnicas de educação
somática dentro do tratamento de dependentes químicos. É assistente de pesquisa
do CERAP - Centro de Estudos e Investigação Aplicada em Psicopedagogia
Perceptiva, Universidade Fernando Pessoa do Porto, Portugal. Hoje, Débora Bolsanello é a diretora
pedagógica da Formação em Técnicas de Educação Somática no Brasil. Diplomou-se
massoterapeuta pelo Institut Kinéconcept em Montréal. Formou-se no Centre
Pilates de Montréal; atuou como docente no programa "Abordagens
Terapêuticas Corporais" da Universidade Pestalozzi, Rio de Janeiro,
Brasil. Pós-graduou-se em
educação somática pela Université du Québec à Montréal. É certificada como
professora de autoreeducação corporal pelo Centre d`Étude et Recherche en
Autorééducation Neuromusculaire, Montréal.
2Márcia Strazzacappa
é Doutora em ARTES: Estudos Teatrais e Coreográficos
(Université Paris VIII, França, 2000); Mestre em Educação (UNICAMP,1994);
Pedagoga (UNICAMP,1986) e Bacharel em Dança (UNICAMP, 1990). Foi pesquisadora
do LUME/UNICAMP (1986/1995) É professora da Faculdade de Educação da UNICAMP da
qual foi diretora associada (2008/2012) e coordenadora de graduação
(2001/2004). É coordenadora adjunta da Comissão Permanente para os Vestibulares
da Unicamp (COMVEST). Atua nas graduações de Pedagogia, de Dança e de Teatro.
Sua pesquisa enfoca os campos da Arte e da Educação, principalmente nos temas:
Dança, Teatro, Formação Professor, Educação Estética e Educação Somática.
Professora da Pós-Graduação em Educação, é membro do Laborarte - Laboratório de
Estudos sobre Arte, Corpo e Educação, do qual foi coordenadora até 2008. É
membro e foi vice-coordenadora (2008/2010) do GT Educação e Arte da ANPEd
(Associação Nacional de Pesquisa e Pos-graduação em Educação). É membro da
ABRACE (Associação Brasileira de Pesquisa em Artes Cênicas). Dentre suas
publicações, destaca o livro intitulado "Educação Somática e Artes
Cênicas" (Papirus, 2012). Artista da dança atuante, seu último trabalho
coreográfico intitula-se "Sobre mulheres e lobos" (2010). Tem se
apresentado com sua personagem clownesca, Dona Clotilde, em diversos eventos
nas áreas de Educação, de Arte e de Saúde, nacionais e internacionais.
3Saulo Silveira é
professor/pesquisador da Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do
Pará (ETDUFPA), recentemente atuou nas funções de coordenação do Curso Técnico em
Dança (habilitação em Intérprete/Criador em Dança) e do Núcleo de Apoio às
Pessoas com Necessidades Específicas (NAPNE) da ETDUFPA. Dirigiu o projeto de
pesquisa Diversidade Corporal e Educação Somática na Prática da Dança e o
projeto de extensão Cena em 5: espaço de produção cênica acadêmica. Atualmente doutorando em Artes Cênicas pela UNIRIO (2014); Mestre em Artes Cênicas pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da
Universidade Federal da Bahia (2009) e graduado (Licenciatura Plena) em
Educação Física pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2006). Tem
experiência na área das Artes com ênfase em Educação Somática, atuando
principalmente nos seguintes temas: Diversidade Corporal, Educação, Dança e
Técnicas Corporais.