sábado, 6 de abril de 2013

CULTURA & CIVILIZAÇÃO

Hellen Katiuscia de Sá


Palavras-Chave: Comunicação e Linguagem; Globalização; Educação Somática. 
        


À época dos antigos filósofos gregos o pensamento e conceito sobre Cultura eram simplificados em dois itens que o caracterizavam como tal (e através deles, a importância da Cultura era assimilada pela sociedade): os conceitos de Bom e Belo. Com a evolução do pensamento filosófico ao longo dos séculos, outros estudiosos destrincharam a ideia de Cultura anexando a analogia dos procedimentos de reprodução da Natureza, desse modo avançou-se da infância à adolescência no pensamento filosófico moderno com o acréscimo do raciocínio sociológico e antropológico sobre o tema.  Sendo assim, aos poucos a divisão do trabalho e os processos de produção foram catalogados como ferramentas que possibilitavam trazer à luz, a Cultura; e esta agora seria elevada ao nível de linguagem das civilizações unificadas pelos valores dominantes, ou seja, a Cultura funcionando assumidamente como ferramenta de manutenção social, como explica Establet (1966, apud Bauman, 2012):

Durante algum tempo pensou-se que na Antropologia e também na Filosofia, que a oposição cultura-natureza permitia fazer esta delimitação. Parecia que deste modo diferenciava a cultura, aquilo criado pelo homem e por todos os homens, do simplesmente dado, do ‘natural’ que existe no mundo. Esse modo de definir a cultura foi acompanhado por um conjunto de protocolos rigorosos de observação, registros de modelos de comportamentos de grupos, de costumes, de distribuição espacial e temporal, que ficaram consolidados em guias etnográficos, como o de George Peter Murdock. Mas este campo de aplicação da cultura por oposição à natureza não parece claramente especificado. Não sabemos por que ou de que modo, a cultura pode abarcar todas as instancias de uma formação social, ou seja, os modelos de organização econômica, as formas de exercer o poder, as práticas religiosas, artísticas e outras. É preciso perguntar se a cultura, assim, definida, não seria uma espécie de sinônimo idealista do conceito de formação social, tal como ocorreu, por exemplo, na obra de Ruth Benedict, segundo a qual a cultura é a forma que adota uma sociedade unificada pelos valores dominantes.

Quando o sujeito criativo compreendeu que sua criação dialogava com o exterior através da assimilação pelo seu semelhante acerca do que era produzido, o ser humano transcende interferindo na Natureza objetiva e subjetiva das coisas, e assim cria possibilidades linguísticas idiossincrásicas, pois recria e interfere nos valores já existentes e utilizados pela coletividade através do convívio social por meio dos códigos linguísticos e comportamentais subjetivados do sujeito – nesse ponto a compreensão de Cultura como ferramenta de rotinização e controle revela-se uma serva social que contribui para a difusão, manutenção e adaptação ao que já está vigente como tradição. Desse modo emerge junto à opinião etnocêntrica o termo “relativismo cultural” para explicar que o cultural difere do biológico quando o termo Cultura vem associado à ideia de criação coletiva de todos os homens em diversas civilizações, como esclarece Bauman.
A cultura compreendida como um sistema tende a ser controlada pelas regras desse sistema, e tudo que vier de fora para o sistema, terá a adaptação às regras já existentes como condição para sua admissão, ou seja, o próprio sistema sugere modificações que torne ‘ajustados' qualquer coisa alheia a ele, permitindo sua assimilação de acordo com as regras específicas do próprio sistema. Assim a assimilação é uma via de mão única: o sistema estabelece as regras de admissão, cria e projeta os procedimentos de assimilação e avalia os resultados de adaptação – e continua a ser um sistema enquanto for capaz de fazê-lo. Para os recém-chegados, assimilação significa transformação, enquanto para o sistema significa ramificação de sua identidade.

A separação entre criação e controle – a própria essência de alienação – está na base da realidade social e de sua imagem mental. O ato de criação é o único caminho aberto ao homem para controlar sua existência no mundo, ou seja, para concretizar o processo em duas fases de assimilação e acomodação. (...) A única forma que a pessoa pode consumar sua existência (que sem isso seria deformada e imperfeita) é utilizar-se dos recursos de controle acumulados na esfera pública. (BAUMAN, 2012, p.285-286).

Com a consolidação da Globalização, a Cultura compreendida como ‘identidade social’  de uma coletividade tende a transformar-se em ‘produto cultural’ que através do presente dinamismo do mundo globalizado – que desterra as distâncias geográficas e linguísticas –  interfere e mescla-se a diversos tipos de culturas, atraindo para si outras nomenclaturas e expressões da atualidade, tais como: culturas hibridas, mestiçagem, transplante cultural, pluralidade cultural. Esse estágio faz com que as culturas oriundas de lugares e sociedades distintas adquiram outros valores, leituras e utilização fora do que seria no seu território de origem. Não se trata de antropofagismo, pois não acontece uma subjugação, imposição e aniquilação de valores junto à sociedade produtora em questão, há apenas a aderência relativa de algo de uma cultura por outra, em termos de adaptação às necessidades da sociedade que transportou um item ou um comportamento endêmico alheio de seu próprio local. Junto a isso, observa-se que os valores de uso mudam de acordo com as necessidades e leituras de cada povo, ao entrar em contato e assimilar algo de outra civilização. Seguido esse evoluir, temos o termo ‘Diversidade Cultural’, que admite a coexistência pacifica de diversas manifestações culturais, muito embora, não necessariamente agregando-as a determinado processo de aderência à alguma sociedade:

Parece haver de fato um abismo qualitativo entre os símbolos comuns e a linguagem humana. A estrutura, portanto, mais que o uso dos símbolos, talvez seja o verdadeiro centro de gravidade da cultura como atributo universal dos seres humanos. (BAUMAN, 2012, p. 147).

A capacidade que o homem tem de produzir símbolos comunicativos, e transcende-los a demais receptores da mesma espécie em diferentes contextos, o torna o único animal na natureza capaz de produzir o que se compreende como ‘Cultura’. Portanto, a CAPACIDADE DE ESTRUTURAÇÃO SIMBÓLICA, mais do que os símbolos, talvez seja o verdadeiro centro de gravidade da cultura como atributo universal dos seres humanos, pois o que a humanidade produz enquanto cultura de si e de seu entorno, projeta os valores sociais inerentes ao termo cultura, como  assinala Jean Piaget (apud Bauman, 2012, p. 147):

Enquanto os outros animais só podem se alterar mudando sua espécie, o homem pode transformar-se transformando o mundo, e estruturar-se construindo estruturas; e essas estruturas são dele mesmo, uma vez que não são para sempre predestinadas a partir de dentro ou fora. Assim, a peculiaridade do homem consiste em ser ele uma criatura geradora de estruturas e orientada para a estrutura.

Essa escolha de valores sociais acontece de vento em popa com o tráfego de informações cada vez maior devido o advento e acesso à Internet pela população globalizada. O que há três décadas era lentamente possível em admitir: a transmigração cultural em níveis altíssimos –  na atualidade é uma realidade tão veloz, que mal pode ser acompanhada pelos seus próprios artificies. E esta mobilidade trás à tona o questionamento da intervenção dos recentes dispositivos que propiciaram a criação de novos diálogos culturais, sendo que o dispositivo mais importante deles – a Internet – depende de algo a mais para sua democratização: politicas econômicas e de inclusão digital que propiciem o ingresso às novas tecnologias pela população mundial dando-lhe igual poder de acesso:

A criatividade humana está em sua melhor forma quando o homem é livre – livre da necessidade imediata de garantir os meios de sua sobrevivência, livre da intensa pressão de suas necessidades fisiológicas. A ordem das coisas é exatamente o reverso daquela que está implícita na identificação da cultura e na sobrevivência adaptativa. Não apenas é falso que a criatividade humana seja solicitada pela pressão de um ambiente  hostil, mas também é verdade que essa criatividade só se desenvolve plenamente quando a pressão arrefece ou é suprimida. (...) A cultura humana longe de ser a arte da adaptação, é a mais audaciosa de todas as tentativas de quebrar os grilhões da adaptação como obstáculo fundamental à plena revelação da criatividade humana, (...) é um audacioso movimento a fim de que o ser humano se liberte DA necessidade e conquiste a liberdade PARA criar. (BAUMAN, 2012, p. 296-297).

Entramos agora na esfera socioeconômica e cultural, onde a produção cultural pode ser compreendida, segundo Néstor García Canclini, como o “conjunto dos processos sociais de significação” e/ou “como o conjunto de processos de produção, circulação e consumo da significação na vida social”. Desse modo, os processos de globalização exigem transcender as relações interculturais, devido o predomínio do valor comercial sobre os valores estéticos e a representação indentitária ao que se trafega sob o titulo de Cultura. Percebe-se agora que Cultura pode ser compreendida também como valor de status quando associada ao conhecimento erudito que habilita o individuo ter acesso ao alfabeto que dialoga com as diversas camadas e expressões de Cultura nas sociedades contemporâneas. Quem detém esses códigos culturais é assimilado pela coletividade como pessoa mais refinada e possuidora de bom gosto frente às massas – vemos então o estigma de Cultura anexado ao padrão monetário de uma classe social dominante e detentora do poder aquisitivo suficientemente abastado a ponto de investir em formação erudita sem se preocupar com suas necessidades mais básicas de sobrevivência; daí emergem: o gosto legitimo, gosto médio e gosto popular, como aponta Canclini, pautado nos estudos de Bourdieu:

As classes não se distinguem unicamente pelo seu diferente capital econômico. Ao contrário: as práticas culturais da burguesia tratam de simular que seus privilégios se justificam por causa das consequências de ter sido dissociado a forma e a função, o belo e o útil, os signos e os bens, o estilo e a eficácia. A burguesia desloca para um sistema conceitual de diferenciação e classificação a origem da distancia entre as classes. Coloca o motivo da diferenciação social fora do cotidiano, no simbólico e não no econômico, no consumo e não na produção. Cria ilusão de que as desigualdades não se devem àquilo que se tem, mas àquilo que se é. A cultura, a arte e a capacidade de desfrutá-las aparecem como “dons” ou qualidades naturais, não como resultado de uma aprendizagem desigual devido à divisão histórica entre as classes. (CANCLINI, (2005, p. 81).

Gosto legitimo, gosto médio e gosto popular. As diferenças entre níveis culturais emergem pela composição de seu publico, pela natureza da obra produzida (obras de artes, bens e mensagens de consumo) e pelas ideologias politico-estéticas que os expressam. O simbolismo bem-material, bem-utilitário e bem-capital cultural, coexistem dentro da mesma sociedade capitalista, quem consegue dominar a maioria dos campos e dominar suas linguagens e formas de analises, sabe administrar sua relação distante com as necessidades econômicas, com as urgências práticas. Compartilhar essa disposição estética é uma maneira de manifestar uma posição privilegiada no espaço social, estabelecer claramente a distancia objetiva e subjetiva em relação aos grupos submetidos a estes determinismos.
Logo, a Cultura observada no mundo contemporâneo (seja acessada pela Internet, produzida ou contemplada ao vivo), contém códigos linguísticos inerentes ao capital cultural, e esses códigos identificam o sujeito social que detém o treinamento intelectual e sensível para decifrá-los, agregando valores culturais e estéticos ao próprio  individuo, além de contribuir para que o sujeito desenvolva uma leitura e compreensão de mundo mais profunda e completa dos alicerces sociais. E desses valores emergem fatores que denunciam a divisão desigual do acesso à Cultura quando a compreensão dos recursos simbólicos não chega às camadas de baixo e/ou médio  poder aquisitivo. Essa desigualdade de acesso à Cultura mostra a essas classes sociais, que estão de certa forma, excluídas da sofisticação que leva alguns nichos ao topo das castas sociais; daí emergem as releituras e adaptações desses recursos simbólicos que não estão ao alcance da grande massa, por outros similares. Dessa feita, os que detêm e compreendem a linguagem e o peso estético dos produtos culturais tornam-se as referências para as classes subalternas. Esse é o lado desigual do acesso à Cultura como um todo, pois através da alienação intelectual das massas a mídia, o Quarto Poder e também os governos podem tranquilamente continuar ditando as regras e perpetuá-las através das ferramentas de regulação social, então:

Para Bourdieu, as classes se diferenciam, tal como no marxismo, pela sua relação com a produção, pela propriedade de certos bens, mas também pelo aspecto simbólico do consumo, ou seja, pela maneira de usar os bens, transformando-os em signos. (...) Uma grande parte das analises de Bourdieu sobre a constituição social do valor se ocupa de processos que ocorrem no mercado e no consumo: a escassez dos bens, sua apropriação diferencial por parte das distintas classes e estratégias de distinção que elaboram ao usá-los. (CANCLINI, 2005, p. 73).

            Entretanto, nem tudo é tão perverso assim. O “relativismo cultural” também emerge do vaivém do tráfego de informações através dos veículos de comunicação midiática e também pela Rede Internacional de Computadores, e justamente pelo diversificado conteúdo cultural fartamente transportado nesta, as relações de valores estabelecidas pelos produtos culturais são passiveis de serem redimensionados. Assim a autonomia dos grupos é tratada como problema politico, como explica Sennett (2003, apud Canclini, 2005): “não é simplesmente uma ação; também requer uma relação na qual uma parte aceite que não pode compreender algo da outra. A aceitação de que há coisas do outro que não se pode compreender dá, ao mesmo tempo permanência e igualdade na relação.” Assim, as manifestações populares encontram seu lugar e dialogam com a sociedade globalizada através de seus nichos culturais, e estas por sua vez, dialogam com o trafego de informações globalizadas, como sendo produtos culturais passiveis de valores de intercâmbios linguísticos e territoriais (identidade cultural) pela nomenclatura genérica de folclore. Sendo que o tradicional mescla-se com o moderno gerando outros ícones linguísticos e códigos culturais através de complexas interações ora cooperativas, ora conflituosas, porém geradoras de novos imaginários culturais presentes na atualidade.
Nesse interim, vivenciamos a sociedade da informação x sociedade do conhecimento. A primeira vale-se dos avanços tecnológicos e da industrialização da informação e de seu emprego, para reorganizar e otimizar os processos produtivos visando baratear os custos da produção, capacidade de processar, armazenar e transmitir dados. Já a sociedade do conhecimento depende de que todos os Países possam ter acesso à revolução tecnológica e informacional; aos trabalhos inteligentes; à tecnologização produtiva; à expansão e integração transnacional dos mercados; e à democratização da educação. Entretanto observam-se variantes nessa equação, como explica Hopenhayn, (2002, apud Canclini, 2005):

Depois de décadas de aplicação desses programas, vemos degradações da vida social que não podem ser resolvidas só com uma concepção informacional da sociedade. Na sociologia da educação, percebe-se que não há uma ‘simultaneidade sistêmica’ entre todas as dimensões do desenvolvimento, porque os educandos não são iguais, não têm idênticas possibilidades de aprender nem se interessam pelos mesmos conteúdos. Uma educação homogênea baseada numa informação universal e estandardizada não gera maior equidade nem democratização participativa. Se prestarmos atenção às múltiplas formas de pertencimento e coesão social, escutaremos uma pluralidade de demandas. São necessárias ‘adaptações programáticas aos grupos específicos’ (por exemplo, o bilinguismo em zonas multinacionais), buscar a pertinência curricular em função das realidades territoriais em que a escola se desenvolve, destinar recursos especiais às zonas de maior vulnerabilidade social e precariedade econômica.

Essas alternativas revelam a que ponto as comunidades sofrem as consequências dessa onda de diversidade cultural manifestada em maior, ou menor grau no mundo globalizado, e que não oferece tempo hábil para sua assimilação. Os atores sociais vêm sofrendo em sua reorganização interna para adequarem-se e/ou manterem viva dentro de si sua identidade cultural de referencia. Esses conflitos são observados como consequência ao que vem se criando em termos de produção cultural na atualidade. Assim, novos caminhos na educação foram surgindo para suprir a necessidade de se combater desequilíbrios emocionais e aflições do homem contemporâneo gerados pelo excesso de informações, estresse, pressão da economia capitalista, manifestações mecanicistas do sujeito provenientes da conduta imposta pelo meio mediante mudanças rápidas de comportamentos da coletividade; como sugere a Educação Somática:

Campo teórico-prático que reúne diferentes métodos cujo eixo de pesquisa e atuação é o movimento do corpo no espaço como uma via de transformação de desequilíbrios: mecânico, fisiológico, neurológico, cognitivo e/ou afetivo de uma pessoa. Os métodos de Educação Somática nasceram na Europa e na América do Norte entre os séculos XIX e XX. (...) Para os professores de Educação Somática, o corpo carrega em si o meio onde vive, bem como emoções, pensamentos, valores socioculturais, políticos e espirituais. Dentro dessa ótica, o corpo não é uma matéria inerte habitada por uma consciência: o corpo é ele mesmo um dos estados de consciência do ser humano. (...) Dentro do processo de aprendizagem em Educação Somática, a pessoa é levada a reconsiderar a posição que adota em seu trabalho; seus hábitos de vida; suas relações com o meio em geral; a percepção que tem de si mesma; sua vida afetiva, social, etc. (...) O termo somática tem origem na palavra grega soma, que significa corpo vivo. Segundo Hanna (1979), soma é o corpo subjetivo, percebido diretamente em “primeira pessoa”. E corpo é aquilo que se percebe em "terceira pessoa", ou seja, de fora. (ALMEIDA, 2008, p. 10).

Interessante observar que em tempos globalizados, onde tudo está interligado, conectado e influencia no comportamento do ‘outro’, um dos princípios básicos da Educação Somática é a compreensão do Homem Integral cujas ações individuais repercutem no meio onde ele vive. O que eu (ou você) produzir culturalmente, será inevitavelmente absorvido pelo próximo, e assim sucessivamente. Portanto, saber dialogar com as diferenças de raças, com a diversidade cultural, com a pluralidade imagética, buscando promover a democratização da informação, o acesso tecnológico, e inclusão digital tendo em vista um desenvolvimento social mais igualitário, será positivamente, um bom exemplo de Interconectividade Cultural e ajudará, por certo em termos gerais, nos relacionamentos socioculturais nos próximos anos. 


Hellen Katiuscia de Sá
Escrito em: 02, 03, 04, 05 e 06 de abril de 2013.


---------------------
# Referencias:
ALMEIDA, Claudia Fernandes de. EDUCAÇÃO SOMÁTICA DO CORPOTrabalho realizado em cumprimento às exigências do curso de Pós-Graduação em Terapia através do Movimento. Faculdade Angel Vianna. Rio de Janeiro, 2008.

BAUMAN, Zigmunt, ENSAIOS SOBRE O CONCEITO DE CULTURA, [tradução: Carlos Alberto Medeiros]. Rio de Janeiro: Zahar, 2012.

CANCLINI, Néstor García, DIFERENTES, DESIGUAIS E DESCONECTADOS – MAPAS DA INTERCULTURALIDADE, [tradução: Luiz Sérgio Henriques]. Editora UFRJ: 2005.