GRUPO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM EDUCAÇÃO SOMÁTICA NA DANÇA
Coordenação: Profº Mestre Saulo Silveira
Coordenação: Profº Mestre Saulo Silveira
Palavras-Chave:
reverberar; toque; mantras;
movimento de ondas elétricas; EU interno/externo; couraça corporal; respiração
e emissão de sons;
No
encontro do dia 16/04/2012 lemos e discutimos o texto “Corpo Livre e Corpo
Possuído” (Débora Bolsanello), que nos trouxe a reflexão sobre até onde somos
influenciados pelo meio social para a construção e leitura externa de quem
somos através da aparência de nosso corpo.
Foi
um belo debate em sala, que também nos remeteu a outros desdobramentos, um
deles nos favoreceu à compreensão de como nos revestimos de uma “couraça
corporal” para nos mostrarmos à sociedade (atitude que às vezes nos impede de
sermos nós mesmos), ocasionando conflitos entre sentimentos e atitudes, gerando
o caos emocional e nas relações interpessoais, por vezes...
Após
isso, profº Saulo iniciou conosco um exercício prático de relaxamento e
escuta do nosso corpo através da respiração e emissão da voz. Esses exercícios me
levaram a conexão com a prática de Mantras, utilizados em uma vertente do Yoga
(que se chama Japa-Yoga ou Mantra-Yoga). Durante os exercícios de
reconhecimento de nossa voz e também de sua repercussão interna em nosso corpo,
imediatamente me veio a lembrança dos Mantras e suas finalidades.
Em
sânscrito, MAN significa “mente”, e TRA aproxima-se da compreensão de algo como
“controle ou instrumental”; não existindo uma tradução exata para a palavra,
mas algo como “caminho para o domínio”, ou “liberdade”. Os Mantras podem ser
compreendidos como uma espécie de oração dentro da cultura hindu, porém são
utilizados também no zen-budismo e jainismo e em outras práticas de religamento
com o Divino. Para algumas escolas, especificamente as de fundamentação
técnica, Mantra pode ser qualquer som, sílaba, palavra, frase ou texto, que
detenha um poder específico.
Um
pesquisador chamado Blofeld, que estudou a fundo as culturas indiana e chinesa,
atentou que não é necessário conhecer o significado das palavras proferidas.
Alguns psicólogos ocidentais defendem que o Mantra possui uma energia sonora
que movimenta outras energias que envolvem quem o entoa.
E
durante os exercícios em sala de aula, ficou bastante claro para mim que
determinadas vogais reverberam mais em determinadas áreas de meu corpo, e essa
reverberação eu associei imediatamente a essas práticas do Yoga que auxiliam na
desobstrução e ativamento dos centros de energia (Chackras). Profº Saulo
também explanou sobre esses exercícios sonoros utilizados em algumas Religiões,
como indutoras dessas energias adormecidas e para qual finalidade elas se
projetam em nosso corpo, tais como no Candomblé que procura essa ativação através do reverberar de instrumentos de
percussão (tambores, atabaques, agogôs, etc); já os monges normalmente utilizam
os cânticos gregorianos.
A
questão sobre esse tipo de ativação sonora utilizada em diversos rituais
religiosos comunga com o tipo de ativação que se deseja alcançar, como atentou
profº Saulo quando nos deu como referencia o exemplo citado: os tambores do
candomblé que reverberam mais para acordar o corpo físico em detrimento ao lado
mais mental/consciência do Ser. Ao contrário acontece com os Mantras e os
cânticos gregorianos, cujas práticas originam os sons livremente de acordo com
a inspiração e expiração do ar, onde não existe o compasso marcado por um som
percussivo. O interessante da prática deste dia foi eu confirmar o que eu já
compreendia sobre meus sentidos. O toque físico me faz ficar mais atenta e ao
mesmo tempo mais relaxada ao que eu percebo através da audição ou visão. Sou
bastante sinestésica, sensível ao toque físico, percebi isso através de minhas
praticas em dança contemporânea.
O
ponto das aulas práticas de Professor Saulo é compreender a relação da
respiração com nosso Espirito ou Alma, algo semelhante como o que o sangue é
para o corpo físico.
20
de abril de 2012.
09h20.
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