segunda-feira, 1 de outubro de 2012

TEXTO Nº 04 - Katiuscia

ESCOLA DE TEATRO E DANÇA DA UFPA.
GRUPO DE PESQUISA E EXTENSÃO EM EDUCAÇÃO SOMÁTICA NA DANÇA
Coordenação: Profº Mestre Saulo Silveira



Palavras-Chave: reverberar; toque; mantras; movimento de ondas elétricas; EU interno/externo; couraça corporal; respiração e emissão de sons;

No encontro do dia 16/04/2012 lemos e discutimos o texto “Corpo Livre e Corpo Possuído” (Débora Bolsanello), que nos trouxe a reflexão sobre até onde somos influenciados pelo meio social para a construção e leitura externa de quem somos através da aparência de nosso corpo.

Foi um belo debate em sala, que também nos remeteu a outros desdobramentos, um deles nos favoreceu à compreensão de como nos revestimos de uma “couraça corporal” para nos mostrarmos à sociedade (atitude que às vezes nos impede de sermos nós mesmos), ocasionando conflitos entre sentimentos e atitudes, gerando o caos emocional e nas relações interpessoais, por vezes...

Após isso, profº Saulo iniciou conosco um exercício prático de relaxamento e escuta do nosso corpo através da respiração e emissão da voz. Esses exercícios me levaram a conexão com a prática de Mantras, utilizados em uma vertente do Yoga (que se chama Japa-Yoga ou Mantra-Yoga). Durante os exercícios de reconhecimento de nossa voz e também de sua repercussão interna em nosso corpo, imediatamente me veio a lembrança dos Mantras e suas finalidades.

Em sânscrito, MAN significa “mente”, e TRA aproxima-se da compreensão de algo como “controle ou instrumental”; não existindo uma tradução exata para a palavra, mas algo como “caminho para o domínio”, ou “liberdade”. Os Mantras podem ser compreendidos como uma espécie de oração dentro da cultura hindu, porém são utilizados também no zen-budismo e jainismo e em outras práticas de religamento com o Divino. Para algumas escolas, especificamente as de fundamentação técnica, Mantra pode ser qualquer som, sílaba, palavra, frase ou texto, que detenha um poder específico.

Um pesquisador chamado Blofeld, que estudou a fundo as culturas indiana e chinesa, atentou que não é necessário conhecer o significado das palavras proferidas. Alguns psicólogos ocidentais defendem que o Mantra possui uma energia sonora que movimenta outras energias que envolvem quem o entoa.

E durante os exercícios em sala de aula, ficou bastante claro para mim que determinadas vogais reverberam mais em determinadas áreas de meu corpo, e essa reverberação eu associei imediatamente a essas práticas do Yoga que auxiliam na desobstrução e ativamento dos centros de energia (Chackras). Profº Saulo também explanou sobre esses exercícios sonoros utilizados em algumas Religiões, como indutoras dessas energias adormecidas e para qual finalidade elas se projetam em nosso corpo, tais como no Candomblé que procura essa ativação através do reverberar de instrumentos de percussão (tambores, atabaques, agogôs, etc); já os monges normalmente utilizam os cânticos gregorianos.

A questão sobre esse tipo de ativação sonora utilizada em diversos rituais religiosos comunga com o tipo de ativação que se deseja alcançar, como atentou profº Saulo quando nos deu como referencia o exemplo citado: os tambores do candomblé que reverberam mais para acordar o corpo físico em detrimento ao lado mais mental/consciência do Ser. Ao contrário acontece com os Mantras e os cânticos gregorianos, cujas práticas originam os sons livremente de acordo com a inspiração e expiração do ar, onde não existe o compasso marcado por um som percussivo. O interessante da prática deste dia foi eu confirmar o que eu já compreendia sobre meus sentidos. O toque físico me faz ficar mais atenta e ao mesmo tempo mais relaxada ao que eu percebo através da audição ou visão. Sou bastante sinestésica, sensível ao toque físico, percebi isso através de minhas praticas em dança contemporânea.

O ponto das aulas práticas de Professor Saulo é compreender a relação da respiração com nosso Espirito ou Alma, algo semelhante como o que o sangue é para o corpo físico.


20 de abril de 2012.
09h20.

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